CRÔNICAS: INFANTOJUVENIS
1º
lugar: Juan Alvaro M. Oliveira - Irati/PR
Presságio
“O fim do mundo está
próximo”. Foi isso que vi no noticiário matutino logo que cheguei a minha casa.
Estou com a cabeça atordoada, acho que realmente é o fim. Cômico que, quando eu
era criança, lembro-me de ler uma carta como se tivesse sido escrita em 2050.
Agora, em 2047, estamos na guerra abordada por aquela carta.
Tive receio, mas saí.
Corri o rico, mas aventurei-me à luz do dia da cidade deserta. Não consegui
dormir. O sol escaldando marcava os últimos instantes do planeta e quis
aproveitar ao máximo a experiência de viver. Bem que tentamos, mas não
conseguimos.
Somos 120 habitantes no
mundo, condensados numa vila na região onde havia a Floresta Amazônica no
Brasil. Andando pelas ruas notei que na verdade a cidade não dormia.
Aproximei-me do hospital, quando vi muitos ao seu redor. Existem apenas 11
médicos entre nós, mas apenas três não estão adoecidos. A faixa preta em frente
ao prédio indica mais morte. O letreiro diz que há apenas mais umas duas
semanas de vida, pois só foram treze mortes hoje. Somos cento e sete habitantes
no mundo, condensados numa vila.
Sabia que não podia ficar
exposto ao sol para não ficar com desidratação. Mas não resisti. Fui até o
Bosque dos Sonhos onde há um lago. Ali sonhamos beber sua água, mas ela é ácida
e borbulha ao calor solar. Tudo poluído, assim como os mares.
Entre os mortos de hoje
estão o prefeito, um dos médicos e o jornalista que disse pela manhã que o fim
do mundo está próximo. Fui ao museu. Não se espante, ainda temos guardada nossa
história. Lá, vi um objeto que tinha em casa durante minha infância: uma
torneira. Girei-a e lembrei-me de como jorrava água dela. Então, tive uma
certeza e soube o porquê Deus prometeu que o mundo não acabaria em dilúvio
novamente.
2º
lugar: Suzana Sitorvski Batista - Irati/PR
A
gotinha alegre
Num
lago próximo a casa de Joana nasceu uma gotinha de água muito alegre, junto com
outras gotinhas que ali habitavam. Ela
seguia de um lado ao outro do lago, esbarrando-se em folhas, galhos e pedras.
Perto do lago existia uma plantação de milho, a qual estava triste pela falta
de chuva, sua aparência estava a cada dia mais feia. Joana e seus pais estavam
muito preocupados, sem esperança de fazer uma boa colheita.
Numa
tarde ensolarada a ”gotinha alegre” se esquentou e ficou totalmente leve até
subir bem lá no alto da nuvem, lá encontrou milhares de sua espécie e juntas
formaram uma bonita nuvem.
Ao
cair da tarde, começou soprar um vento forte e assustador, levando a nuvem para
um lugar mais frio e distante. A gotinha ficou assustada, pois era muito alegre
morando naquele lago, onde já tinha conquistado muitas amizades, seu medo era
nunca mais rever suas amigas. No dia seguinte as nuvens do céu mudaram de lugar,
bateram-se uma na outra e a chuva caiu forte, vindo a molhar toda a plantação
cultivada pelos pais de Joana.
A
gotinha alegre além de voltar para sua casa “o lago onde nasceu”, ajudou a
molhar a bonita plantação e trouxe esperança de uma boa colheita para a família
de Joana.
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