segunda-feira, 17 de agosto de 2015

RESULTADO DO II CONCURSO LITERÁRIO FOED CASTRO CHAMMA 2015 - POEMAS LIVRES: ADULTOS

RESULTADO DO II CONCURSO LITERÁRIO FOED CASTRO CHAMMA 2015
Promoção: ALACS – Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná - Sede: Irati/PR

POEMAS LIVRES: ADULTOS

1º lugar: José de Bortoli Filho - Ponta Grossa/PR
Elemento
transparente inodoro suor
de cheiro cachoeira toró
refresco resiliência mar
mineral ardente benta
chuva banho dentista
aquário beber piscina
lágrima sede cimento
barco afogar natação
fria quente mineral
seringa soro saúde
balde ralo caneca
gelo nível esgoto
batismo rio lago
alimento casa fábrica
laje aço vidro
peixe gesso saliva
pássaro abelha árvore
torneira cano chaleira
criança homem mulher
V
H          I
2                  D
O             
          
2º lugar: Nana Abud - Pelotas/RS
Água - preservação
Carinho macio na pele, por fora, quando lava.
Por dentro, quando ingere.
Água!
Renascimento: vida.
Vivida de novo? Possibilidade.
Transcendência.
Transparência.
Água!
Maravilha da natureza. No dogma, pureza.
Transformação para o bem ou para o mal.
Normal. Pessoa também é animal!
Racional?
Água!
Alimentação. Saciedade.
Condição para a humanidade.
Água!
Inundação. Devastação. Destruição.
Conter? É em vão.
Água!
Força.
Ação!
Incolor. Insípida. Inodora.
Precisamos preservar.
Agora


3º lugar: Rogério Luz - Rio de Janeiro/RJ
O mar
O mar de anjos
feito de cabelos, de pensamentos
e do sangue espiritual dos perfeitos
bate ondas em outro planeta
por ti desabitado
em torno de uma estrela negra
de um abismo que dá
para outro universo
e me afoga nessas águas de anjo
que são esses olhos de mar.












4º lugar: Terezinha Tavares - Nova Friburgo/RJ
Água exuberante



O rio vem...
se transforma de repente
salta do paredão
em cortina monumental!
rugindo, fazendo escarcéu
em turbilhão
de gotas vivas, rolantes
com energia colossal!

Da beleza escancarada
despenca em cataratas,
na emoção... no assombro...
da garganta sai o grito
que o fôlego retido
não consegue segurar

fronteira, sem fronteira,
a água grande
dá de beber à floresta
banha terras
de lá e de cá
e vai adiante
na natureza
 há sintonia
deslumbramento
magia
e o Iguaçu  gigante
sem fronteira
se entrega ao Paraná
em aquarela brasileira!











4º lugar: Sergio Adão Filipak - Telêmaco Borba/PR
Cristalina em queda



Água da chuva
Cristalina em queda
Traz frescor
Faz amenizar o calor

Água da chuva
Cristalina em queda
Traz temor
Faz enxurrada e dor

Água da chuva
Cristalina em queda
Traz ansiedade
Faz granizo e tempestade

Água da chuva
Cristalina em queda
Traz esperança e sabor
Faz crescer a roça do lavrador

Água da chuva
Cristalina em queda
Traz brincadeiras
Faz brotar vida nas cordilheiras

Água da chuva
Cristalina em queda
Traz o choro do povo oprimido
Faz sumir o morro desnudo

Água da chuva
Cristalina em queda
Traz meditação através da janela
Faz pensar em como és bela






5º lugar: André Telucazu Kondo - Jundiaí/SP
Sede

Há uma fonte em meu coração
de águas passadas
que não saciam sede alguma

Há uma represa em meu peito
de águas paradas
que inundam uma cidade fantasma

Há um rio que corre em minhas veias
por pedras cobertas do limo
de escorregadias lembranças

Meus dedos em foz
deságuam o último carinho em teu rosto
em teus olhos cerrados, desertos

E enquanto permaneço porto
Tuas velas hão de singrar
outros mares menos salgados
que minhas lágrimas

E lá saciarás a tua sede
que não fui capaz de aqui aplacar...
Eu fui deserto
E tu, meu oásis...




5º lugar: Eliana Ruiz Jimenez - Balneário Camboriú/ SC
Ser água
Às vezes sou água transparente
que brota do cio da terra
modesta forma, nascente
que devagar se dilata.

Às vezes sou água espraiada
que passa desavisada
e recebe rejeitos, dejetos
ao cruzar caminhos de concreto.

Às vezes sou rio que desaba
que se acaba na cachoeira
mas se refaz e corre
rio que cai não morre
na ribanceira.

Mas sempre, sempre
sou água do mar
porque o fim de toda água
é se deixar ao vento
e ondular.




5º lugar: Sibelita Pinheiro - Maringá/PR

Dentro


Elemento sagrado
Alimento: nos seios, na seiva
Sentimento: na saliva dos beijos teus
nos meus olhos, naquele adeus
Mágoa submersa, dor sem fim
quando a vida me espreme,
extravaso, escorres de mim
Bendita que me salva
da secura que me envolve
pra que a vida se renove









6º lugar: Lucia Helena de Lemos Sertã - Nova Friburgo/RJ



Água que esvazia

Múltiplos são os caminhos
da água sempre a brotar
nascida num bambuzal
calma em burburinhos.

Lírica se derrama nas flores,
nas margens verdes dos rios
e em sua infinita bondade
em forte celeridade
desbrava pedras
correndo, brinca escondida



Sem dor se atira na catarata
não há gigante que a combata
é alegria... magia...

E a outra água?
Que não é a água do rio
que não é a água da fonte
nem mesmo a que vem do monte,
é aquela água salgada
ladina, infantil,
amorosa, sonora, pungente
que nos esvazia, nos guia...
É a lágrima,
a lágrima de todo dia!









6º lugar: Emerson Mario Destefani - Indianópolis /PR
 “Estrada de Santa Rita”

Choveu
e a carroça rasga a lama dissolvida
Os arreios pingam escorrendo pelas pernas do asno
O colonião farfalha nos barrancos, brilhosos
Olhos bordados de rugas
perscrutam as nuvens de chumbo que passaram
enquanto um anu se encolhe num mourão
não mais incomodado pelo ribombar dos trovões
 Detrás sobem novas massas plúmbeas
O homem de cara enrugada chacoalha o relho,
incita o burro e vai pensando:
“Será que a vaca deu cria?”




















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