RESULTADO
DO II CONCURSO LITERÁRIO FOED CASTRO CHAMMA 2015
Promoção:
ALACS – Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná - Sede:
Irati/PR
POEMAS
LIVRES: ADULTOS
1º
lugar: José de Bortoli Filho - Ponta Grossa/PR
Elemento
transparente
inodoro suor
de
cheiro cachoeira toró
refresco
resiliência mar
mineral
ardente benta
chuva
banho dentista
aquário
beber piscina
lágrima
sede cimento
barco
afogar natação
fria
quente mineral
seringa
soro saúde
balde
ralo caneca
gelo
nível esgoto
batismo
rio lago
alimento
casa fábrica
laje
aço vidro
peixe
gesso saliva
pássaro
abelha árvore
torneira
cano chaleira
criança
homem mulher
V
H I
2 D
O
2º
lugar: Nana Abud - Pelotas/RS
Água
- preservação
Carinho
macio na pele, por fora, quando lava.
Por
dentro, quando ingere.
Água!
Renascimento:
vida.
Vivida
de novo? Possibilidade.
Transcendência.
Transparência.
Água!
Maravilha
da natureza. No dogma, pureza.
Transformação
para o bem ou para o mal.
Normal.
Pessoa também é animal!
Racional?
Água!
Alimentação.
Saciedade.
Condição
para a humanidade.
Água!
Inundação.
Devastação. Destruição.
Conter?
É em vão.
Água!
Força.
Ação!
Incolor.
Insípida. Inodora.
Precisamos
preservar.
Agora
3º
lugar: Rogério Luz - Rio de Janeiro/RJ
O
mar
O mar de anjos
feito de cabelos, de pensamentos
e do sangue espiritual dos perfeitos
bate ondas em outro planeta
por ti desabitado
em torno de uma estrela negra
de um abismo que dá
para outro universo
e me afoga nessas águas de anjo
que são esses olhos de mar.
4º
lugar: Terezinha Tavares - Nova Friburgo/RJ
Água
exuberante
O rio vem...
se transforma de repente
salta do paredão
em cortina monumental!
rugindo, fazendo escarcéu
em turbilhão
de gotas vivas, rolantes
com energia colossal!
Da beleza escancarada
despenca em cataratas,
na emoção... no
assombro...
da garganta sai o grito
que o fôlego retido
não consegue segurar
fronteira, sem fronteira,
a água grande
dá de beber à floresta
banha terras
de lá e de cá
e vai adiante
na natureza
há sintonia
deslumbramento
magia
e o Iguaçu gigante
sem fronteira
se entrega ao Paraná
em aquarela brasileira!
4º
lugar: Sergio Adão Filipak - Telêmaco Borba/PR
Cristalina
em queda
Água da chuva
Cristalina em queda
Traz frescor
Faz amenizar o calor
Água da chuva
Cristalina em queda
Traz temor
Faz enxurrada e dor
Água da chuva
Cristalina em queda
Traz ansiedade
Faz granizo e tempestade
Água da chuva
Cristalina em queda
Traz esperança e sabor
Faz crescer a roça do
lavrador
Água da chuva
Cristalina em queda
Traz brincadeiras
Faz brotar vida nas
cordilheiras
Água da chuva
Cristalina em queda
Traz o choro do povo
oprimido
Faz sumir o morro desnudo
Água da chuva
Cristalina em queda
Traz meditação através da
janela
Faz pensar em como és
bela
5º
lugar: André Telucazu Kondo - Jundiaí/SP
Sede
Há uma fonte em meu coração
de águas passadas
que não saciam sede alguma
Há uma represa em meu peito
de águas paradas
que inundam uma cidade fantasma
Há um rio que corre em minhas
veias
por pedras cobertas do limo
de escorregadias lembranças
Meus dedos em foz
deságuam o último carinho em teu
rosto
em teus olhos cerrados, desertos
E enquanto permaneço porto
Tuas velas hão de singrar
outros mares menos salgados
que minhas lágrimas
E lá saciarás a tua sede
que não fui capaz de aqui
aplacar...
Eu fui deserto
E tu, meu oásis...
5º
lugar: Eliana Ruiz Jimenez - Balneário Camboriú/ SC
Ser
água
Às vezes sou água transparente
que brota do cio da terra
modesta forma, nascente
que devagar se dilata.
Às vezes sou água espraiada
que passa desavisada
e recebe rejeitos, dejetos
ao cruzar caminhos de concreto.
Às vezes sou rio que desaba
que se acaba na cachoeira
mas se refaz e corre
rio que cai não morre
na ribanceira.
Mas sempre, sempre
sou água do mar
porque o fim de toda água
é se deixar ao vento
e ondular.
5º
lugar: Sibelita Pinheiro - Maringá/PR
Dentro
Elemento sagrado
Alimento: nos seios, na seiva
Sentimento: na saliva dos beijos teus
nos meus olhos, naquele adeus
Mágoa submersa, dor sem fim
quando a vida me espreme,
extravaso, escorres de mim
Bendita que me salva
da secura que me envolve
pra que a vida se renove
6º
lugar: Lucia Helena de Lemos Sertã - Nova Friburgo/RJ
Água
que esvazia
Múltiplos são os caminhos
da água sempre a brotar
nascida num bambuzal
calma em burburinhos.
Lírica se derrama nas flores,
nas margens verdes dos rios
e em sua infinita bondade
em forte celeridade
desbrava pedras
correndo, brinca escondida
Sem dor se atira na catarata
não há gigante que a combata
é alegria... magia...
E a outra água?
Que não é a água do rio
que não é a água da fonte
nem mesmo a que vem do monte,
é aquela água salgada
ladina, infantil,
amorosa, sonora, pungente
que nos esvazia, nos guia...
É a lágrima,
a lágrima de todo dia!
6º
lugar: Emerson Mario Destefani - Indianópolis /PR
“Estrada de Santa Rita”
Choveu
e a carroça rasga a lama dissolvida
Os arreios pingam escorrendo pelas pernas do asno
O colonião farfalha nos barrancos, brilhosos
Olhos bordados de rugas
perscrutam as nuvens de chumbo que passaram
enquanto um anu se encolhe num mourão
não mais incomodado pelo ribombar dos trovões
Detrás sobem
novas massas plúmbeas
O homem de cara enrugada chacoalha o relho,
incita o burro e vai pensando:
“Será que a vaca deu cria?”
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